terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Histórias de discos

Quase todos os meus discos têm uma história, particular e de que me lembro. A música tem uma história; as capas e letras também e o modo como aparecem a despertar o interesse de ouvinte, outra história tem.

Vou começar por contar a história dos discos que retiro ao acaso, da estante. Outros se seguirão, na mesma lógica de apresentar a música e a arte inerente, nos sons e no grafismo, tal como se me deparou, no contexto do tempo que já passou. A música e a arte, são para mim, aliás, um modo de parar o tempo numa ilusão perfeita que é a de prolongarem a beleza que as coisas um dia tiveram, continuando a ter, mesmo que apenas na recordação fugidia desses momentos de felicidade.

O primeiro disco da série, é praticamente uma imagem de uma capa, derivada de um anúncio e num contexto de palavras inseridas numa revista.

Já aqui escrevi várias vezes sobre essa revista, a Rolling Stone americana, e do prazer de ler, ver e apreciar tudo o que a mesma trazia, nos anos setenta, e boa parte dos oitenta.

No número de 1 de Julho de 1976, trazido de França por um amigo que lá fora ( e que também trouxe o número sete da revista Métal Hurlant e uns discos, como o dos Sparks, Kimono My House e o de Bob Dylan, Blood on the tracks, ainda com as anotações do crítico ( do NY Times) Paul Williams , na contracapa), é um dos mais emblemáticos da revista, porque contém, uma espécie de sampling de quase todas as matérias que sempre foram apanágio da revista nessa época: política, temas sociais, música, espectáculo e discos.

















Este disco de Andy Pratt, que apenas ouvi há poucos anos, tendo-o comprado numa loja de discos usados da Itália ( salvo erro, Pisa ou Lucca), vale apenas por essa imagem da Rolling Stone, com as cores da foto de Steinbecker and Houghton.

Aliás, a foto da capa do disco, dos mesmos autores e uma das mais interessantes capas da música popular, aparece, na revista, misturada na composição gráfica da imagem, arranjada pelo departamento gráfico da revista ( Roger Black como director, nessa altura). Essas imagens, conferem uma dimensão extra ao trabalho sonoro que agora me parece inferior a essas imagens. A música do disco é uma tremenda decepção, apesar da produção de luxo e dos músicos de sessão, sem falhas instrumentais.

A etiqueta Nemperor Records, distribuída pela Atlantic, também era uma curiosidade de época. Os músicos que participam, são de estúdio e da nata das sessões: Andy Newmark e Steve Gadd na bateria ; Tony Levin, nas guitarras e o próprio Arif Mardin, o produtor do disco, nas percussões, entre outros ( Mark Doyle, nas guitarras).

Imagens: arquivo próprio e a do disco, retirada da net.

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