terça-feira, 30 de setembro de 2008

Jim Croce




Ao mencionar Phil Ochs, veio à memória, outro grande trovador americano dos setentas: Jim Croce.
Aparecido na cena musical no final dos anos sessenta, só em 1972, alcançou o sucesso merecido e fê-lo logo com os êxitos que repetiu em três álbuns de originais, publicados até à sua morte, ( o último dos quais, I got a name, já póstumo) num acidente de aviação, em 1973.

Jim Croce, é um dos cantores que não vem mencionado nas revistas e jornais que então lia. A sua música, passava no rádio e várias canções, nesses três anos de vida útil para a música, foram suficientes para o colocar num patamar elevado entre os trovadores da poesia musicada em baladas. As músicas, na sua maior parte, saem bem apenas com uma guitarra acústica, ou duas ( a de Maury Muehleisen, em contraponto) como estas que seguem:
"Operator", "These Dreams", Time in a Bottle, ( aqui numa versão alternativa) , e a grande canção romântica, I´ll have to say i love you in a song, com muitas versões. mesmo sem voz.
E aqui, uma versão de I Got a name, por Jerry Reed, o celebrado autor de A thing callled Love.

Os irmãos Ochs

A propósito de uma menção, pelo Ié-Ié, a um dos trovadores revolucionários da América dos Sixties, Phil Ochs, sabia que tinha visto uma menção ao irmão, Michael Ochs, algures, já num ano distante. Depois de alguma busca, está aqui. Foi na revista Rolling Stone, de 3 de Maio de 1979, com capa de Richard Pryor, um cómico em voga, na época.



A música de Phil Ochs, no entanto, já tinha tocado no rádio, dos anos setenta, sob uma batuta hipotética de Jaime Fernandes ou assim.
O tema Outside of a small circle of friends ( sobre a anomia) tinha ficado no ouvido, assim como The war is over ( um panfleto antibelicista) , The Pleasures of the Harbour e outras, como Ain´t marching anymore.
Em 1997, saiu um cd duplo, com o título American Troubadour, recolhendo algumas das melhores canções do músico. Uma das que me impressionou, nesse disco, foi Half Century High, (de The war is over: TheBest of Phil Ochs 1974), com clavicórdio e voz sumida, de gravação filtrada simulando um som longínquo, como que provindo de um rádio transistor.

Por isso, o nome de Michael Ochs, tinha uma referência e logo que descobri que era um coleccionador reputado, de música popular, segui a pista. No número da revista Rolling Stone, de 3.5.1979, apareciam ambos em artigos, separados por algumas páginas.
O artigo sobre Phil Ochs, do grande Greil Marcus, diz tudo o que é preciso dizer, sobre o canto revolucionário dos artistas empenhados na luta política de extrema esquerda, em países de sistema de produção capitalista e liberal: puerilidades ideológicas, misturadas com generosidades e arte poética.



segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Capa censurada

A capa original deste disco dos Mamma´s and Papa´s, de 1966, não agradou aos industriais do disco, na época. Demasiado idiossincrática, foi modificada e teve três versões. Como se pode ver aqui, na imagem do livro da Taschen, 1000 Record Covers, de Michael Ochs ( irmão de Phil Ochs) e ler por ali.


terça-feira, 23 de setembro de 2008

GP e Flying Burrito Brothers

(imagem da Rock & Folk de Junho de 1976)


Flying Burrito Brothers e Gram Parsons
Em meados dos anos setenta, por cá, pouca gente ligava aos Flying Burrito Brothers.
Por isso, com enorme surpresa minha, um dia ( uma noite) num café de Coimbra, o Atenas, perto do liceu José Falcão, entra um castiço dos estudos gerais ( repetente crónico e com ar de boémio) e desata a falar dos Burrito Brothers, com ar de êxtase artificial.
A mim, cuja droga única que ingurgitei ou intrometi no organismo, fora o álcool com toda a moderação que uma cerveja ou outra contêm, fiquei deslumbrado por encontrar um tipo, uma única pessoa que se atrevia a falar dos Burrito, em público e para toda a gente apreciar. No caso, eu. E suspeito que mais ninguém.

O café era e é pequeno, de estudantes e de conversas sobre matérias incógnitas, mas com toda a certeza afastadas da música country rock. E por isso, ficou-me a memória desse castiça, charrado ou batido no álcool que anunciava a beleza etérea da música dos Flying Burrito Brothers, como eu apreciava e nunca mais deixei de apreciar, à medida que fui conhecendo os discos, nessa altura raros ou desconhecidos do público português.

Em 1974, a revista Rock & Folk introduziu-me na música dos FBB, através da escrita, como muitas vezes sucedeu. Antes de ouvir os discos, já sabia o que iria ouvir e até gostar. E não falhava.
Era uma maravilha, ler as crónicas de Philippe Garnier, na Rock & Folk de Abril de 1975, a primeira vez que o nome escrito dos FBB, me chamou a atenção, na crónica ao disco apócrifo Honky Tonk Heaven, uma compilação holandesa diferenciada de Close up the Honky Tonks.

Foi nessa crónica que pela primeira vez li, a referência a GP, Sweetheart of the rodeo, Palace of sin, Burrito deluxe e Last of the red hot Burritos, todos eles discos míticos que só me foram dados ouvir, alguns anos depois.
Bastantes, porque já na década seguinte.

No mês seguinte, a revista dava conta da chegada do “grupo lendário” a França, para participar em concertos em Paris, Bordéus e Marselha e em Julho, contava como foi o concerto “sem Gram”. Mas com foto de Gene Parsons e uma crítica assim-assim.

Ainda assim, esses primeiros encontros imediatos com a música dos FBB, na escrita da Rock & Folk marcaram os anos seguintes.

Em Fevereiro de 1976, um outro artigo de Philippe Garnier sobre Emmylou Harris, permitia entrever um pouco mais da música de Gram Parsons, com referências a G.P., álbum em que a mesma participou.

Na edição da revista de Junho desse ano, consagrada aos Rolling Stones, lá aparece a foto de Gram Parsons e um dos Glimmer Twins, de Junho de 1971, por altura da gravação do Lp dos Stones, Exile on Main Street, embora sem qualquer participação directa do músico nesse disco.

Porém, só em datas posteriores consegui ouvir os dois discos de Gram Parsons, GP e Grievous Angel, publicados originalmente em 73 e 74, este último já a título póstumo, uma vez que Gram Parsons morreu em Setembro de 1973, portanto há trinta e cinco anos.

Um disco anterior, gravado com os Flying Burrito Brothers, Sleepless Nights, foi publicado por cá nos anos oitenta e era a única obra de Parsons que conhecia até essa altura.
Depois, veio o Lp The Gilded Palace of sin, em LP, de 1969 , com os Flying Burrito Brothers e publicado por cá em data incerta pela Valentim de Carvalho. Tal como o Lp seguinte, de 1970, Burrito Deluxe, os dois únicos ( a par de Sleepless nights) que tiveram a presença constante de Gram Parsons, com o grupo.

Já nos anos setenta ( Lp original) e oitenta (LP em versão abreviada e sem diálogos de estúdio)) e noventa (CD, em 1994, após descoberta dos master originais), saiu o disco que contém uma gravação ao vivo, num estúdio de rádio em Nova Iorque, intitulado Gram Parsons and The Fallen Angels, live 1973, com a participação de Emmylou Harris. Bom disco, com uma grande gravação ao vivo, em forma e que Gram Parsons considerava como de boa qualidade.

Um dvd entretanto saído, Fallen Angel, retrato o destino trágico do músico.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

José Almada- os concertos de Cerveira





(Clicar na foto, para observar toda a beleza natural do local)

José Almada, tocou novamente para as pessoas que o quiseram ouvir, em Vila Nova de Cerveira, nos dias 13 e 14 deste mês que passa. No fim de semana passado, depois de no anterior, ter passado na Passarola de Lisboa, apresentou-se em Cerveira, no cimo de um monte sobranceiro à vila, onde um antigo convento franciscano, do séc. XIV, se aninha, recuperado das ruínas de séculos, pelo escultor José Rodrigues. O local, só por si, vale a visita e a deslocação propositada. José Rodrigues, o escultor e pintor, recuperou com grande qualidade e bom gosto, todo um edifício que transformou em museu e local de recolhimento para quem entender. Refugiado também nesse local, o escritor Luandino Vieira, responsável interessado por eventos culturais que aí decorrem, apoiou a iniciativa, esteve presente e bateu palmas. Tal como o dono do local.


O cantor José Almada, tal como um trovador, apresentou-se perante uma audiência de quase uma centena de pessoas, interessadas em ouvi-lo e que para aí se deslocaram propositadamente. Num ambiente de sala pequena, em fim de tarde, as canções de José Almada, soaram como têm soado nos seus concertos, nestes últimos seis meses: boa voz, bem colocada, com músicas que para quem conhece, ultrapassam por vezes a versão em disco, o que é dizer muito sobre um intérprete. O elenco do concerto do Convento, incluía um número alargado de canções já conhecidas, dos seus dois discos e uma ou outra inédita.

O alinhamento, logo desalinhado, incluía Em multidão; Cala os olhos vagabundo; Não, não me estendas a mão; Ah como odeio; Caracol; Ah como te invejo; Olhas as ovelhas como são; E a ovelha bale bale; Hóspede; Homenagem; Vento Suão; Anda madraço; Os anjos cantam; As aves choram; Pedro Louco; Mendigo e Perdigão perdeu a pena.


O trovador José Almada, foi cantando, no seu estilo particular, num ambiente sonoro de qualidade, acabando a actuação, com pedidos de "mais uma".
O concerto teve um ainda intervalo em modo de entremez que incluiu uma breve apresentação do poeta José Gomes Ferreira e alguma da sua poesia, pela professora de Português, Maria José, de Viana do Castelo.


No dia seguinte, à tarde e já na vila, em pleno "terreiro", perante o público das esplanadas e de quem se encontrava a passar e se deslocou de propósito, para a audição, aconteceu a surpresa destes dias: José Almada em concerto, em lugar aberto, resulta maravilhosamente. O que parecia à partida uma música intimista e de recorte trovadoresco, próprio de salão, transforma-se, no palco grande, numa música de auditório, com força suficiente para aguentar um espectáculo prolongado e de multidão.
Uma autêntica surpresa, em Vila Nova de Cerveira.
As canções soltam-se de outra forma, o cantor descontrai de modo visível e a música adquire autonomia diferenciada daquela dos espectáculos para algumas dezenas de pessoas.

José Almada, em Vila Nova de Cerveira, no dia 14 de Setembro de 2008, provou a quem precisaria de provas, que é um artista capaz de encher um auditório e encantar com a sua música quem se disponha a ouvi-lo, para além dos seus apreciadores indefectíveis e que conhecem o valor intrínseco das suas canções. Como eu. E outros.
Por exemplo o Eduardo F. que pode testemunhar isto que por aqui fica escrito, porque esteve presente, viu e ouviu.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

J.J. Cale


























JJ Cale.
Há trinta anos, a revista Rock & Folk trazia um apanhado da sua discografia até à altura e que se resumia a quatro discos fundamentais: Naturally, de 1972; Really, de 1973; Okie, de 1974 e Troubadour, de 1976, o primeiro que me chamou verdadeiramente a atençao por causa da capa etérea e de nuvens musicais.

Esses quatro discos a que se juntam os restantes três, saidos a seguir - Five, de 1979; Shades, de 1981 e Grasshopper, de 1982 ( o primeiro Lp que comprei, do músico, no ano em que saiu), são imprescindíveis na discografia de J.J. Cale.

Na sequência dos mesmos, gravei uma cassete com uma espécie de best of, dos mesmos. Assim, de memória, devo recordar Precious memories, de Okie; Call me the breeze e Don´t go to strangers, de Naturally; Hey babe, de Troubador e Love has been gone, de Shades.

Um disco saído recentemente, Rewind, vale a pena e é uma pequena maravilha, com músicas antigas do músico que influenciou Eric Clapton ( que gravou After Midnight e Cocaine) e Mark Knopfler ( deve-lhe um estilo).

As imagens, são da revista Rock & Folk de Outubro de 1978 e da Guitar Player ( foto de cima). 

ADITAMENTO em 27 de Agosto de 2013:

 Soube agora, pela revista Record Collector, edição de Setembro mas que hoje, 27.8.2013, comprei,  que J.J. Cale morreu no passado dia 26 de Julho de 2013, de ataque cardíaco, com 74 anos. O obituário da revista ocupa uma pequena coluna comuma pequena foto. J.J. Cale merecia a capa...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Doc Watson, elementar

Imagem da Rock & Folk de Abril 1977, num artigo e entrevista a Doc Watson, de Jacques Vassal.




Não é fácil, para mim, neste percurso rememorativo da aprendizagem musical, em modo auditivo, fixar uma data para o interesse na música country de origem norte-americana.

Uma coisa é certa: foi através do rádio que tal gosto se plantou e me acompanha há longos anos. E no rádio dos anos setenta, apenas me lembro de uma figura com interesse contínuo nesse género musical: Jaime Fernandes, o dj, locutor de voz segura e sóbria que apresentava os discos de música country com paixão auditiva e a comunicava aos ouvintes.

Num desses programas variados, como o Dois pontos ou o Country, a música da América, passou o LP triplo Will the Circle be Unbroken, dos Nitty Gritty Dirt Band em conjunto com os maiores artistas da country da época- 1972.

O triplo álbum passou uma vez ou outra nesses programas e a beleza da sua música acústica, contagiou o gosto que sempre tive pelas guitarras acústicas, banjos e demais instrumentos de cordas.



Algumas das canções que lá estão gravadas pelos maiores artistas do género ( por exemplo Roy Acuff ou Earl Scruggs), como You are my Flower, Keep on the Sunny Side ou I am a Pilgrim, soam nas vozes dos elementos da NGDB, com destaque para Jeff Hanna ou o mentor do projecto, o multi-instrumentista virtuoso ( aqui com Arlo Guthrie) , John McEuen.





Entre os artistas consagrados da country que aparecem no disco, o destaque devido vai para Doc Watson, uma lenda desse género musical. O músico cego desde a infãncia, aperfeiçoou o estilo flat-picking, ao longo dos anos sessenta e nesse triplo LP, toca e canta em várias músicas, como Tennessee Stud, um clássico dos seus discos ao vivo. E toca o clássico da country Black Mountain Rag, num exercício de virtuoso em que os anos não diminuiram a habilidade de dedilhar , nesse estilo peculiar.



O nome ficou e depois disso, Lembro-me de ouvir uma composição de um disco de 1972, ao vivo, com o filho Merle: On Stage. A composição é daquelas que frequentemente me acorre à memória musical para cantarolar: Don´t let the deal go down, também tocado por outros grupos como os Flying Burrito Brothers, no Lp The last of the red hot burrito, também de 1972.

Depois disso, no início dos anos oitenta, procurei os discos de Doc Watson que por cá não havia.

Em França, importavam-nos da editora original, a Liberty e também a UA. E foi aí que consegui arranjar pelo menos três LP´s – Lonesome Road, de 1977; Live & Pickin´de 1979 e Doc and the boys, de 1981. Capas de cartão americano, bem impressas e de sonoridade em vinil de qualidade.




Depois do advento do cd, os discos principais, passaram a fazer parte do acervo comum, da música country que aprecio. Com particular destaque para Doc Watson in Nashville, de 1965 e um dos melhors discos do músico.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

As doze cordas de Leo Kottke

Em meados dos anos setenta, dei conta de uma voz de barítono, com entoações country, a passar no rádio. O nome anunciado era Leo Kottke e o tema era esta música, Pamela Brown. Um tema original de Tom T. Hall, com um som ondulante e de guitarra de doze cordas, deslizante.

Nos programas de Jaime Fernandes, um dos maiores divulgadores de música popular que jamais tivemos, no canal 4 que sucedeu ao Rádio Clube, a música country, em determinada altura até logrou ter o seu programa dedicado, com uma ou duas horas, na altura do almoço. No início dos anos oitenta, o programa Dois Pontos, até se anunciava com um tema de Leo Kottke, Little Shoes, do disco Guitar Music , de 1981.

Um dos discos que passava frequentemente, era Mudlark, que saiu em 1971. E também Ice Water, de 1974.
Em 1976, por ocasião da saída de The Best, tive ocasião de ouvir algumas das músicas desses discos e de outros, como Greenhouse, Chewing Pine e Dreams and all that stuff.
Temas como When Shrimps learn to whistle, Mona Roy, Bill Cheatham e Hole in a Day, tornam essa compilação, em duplo cd, antes em duplo LP que cheguei a gravar em cassete, um repositório do melhor de Kottke até essa altura.

Uma das surpresas dessas audições, foi a progressão na doze cordas, de Last Steam Engine Train, mais uma música de combóios. E ouvir Leo Kottke dedilhar e cantar Eight Miles High, dos Byrds, ajudou a considerá-lo como um dos melhores guitarristas da música popular americana. A entoação dessa canção supera a dos Byrds.

Nos anos oitenta, os discos de Leo Kottke, sofisticaram-se a um modo que uma trilogia como A shout toward noon, de 1986 ( com A trout toward noon e Three quarter north) , Regards from Chuck Pink, de 1988( com I Yell at traffic e Doodles) e My Father´s Face, de 1989( com o título tema, e a segunda versão de Everybody Lies) tornam-nos imprescindíveis em qualquer discoteca que se preze.
Não segui a restante produção, até 2005, mas adivinho a restante meia dúzia de discos, dignos dos antecessores.

domingo, 7 de setembro de 2008

John Prine



Na música country de raiz norte-americana,  durante os anos setenta e oitenta, fui ouvindo e lendo coisas sobre os grupos e artistas mais importantes.  Por essa altura, julgava estar a par do essencial da música redneck de produção nashvilliana. Nem falhei o filme de Robert Altman, precisamente Nashville, de 1975, sobre a música country. 

Ainda assim, um dia, no início dos anos noventa, ouvi no rádio esta música. Foi uma das últimas surpresas que me sucederam nas audições radiofónicas, na música popular.
Um som deste jeito, parecia-me o de um Dylan fora de tempo. Em tom de balada, com uma guitarra e uma concertina pontual, em poucos acordes, e até monocórdico por vezes. 

Não descansei até saber de quem se tratava e de quem era aquela voz notável que nunca tinha ouvido antes.
E descobri depois que se chamava John Prine e o disco em causa, The Missing years. Uma grande surpresa, de facto, porque além daquela música, intitulada All the Best, também se podiam ouvir as restantes, quase todas de qualidade superior, como a inicial Picture show e ainda It´s a big ggofy world. outra de entoações dylaneanas. 

De John Prine, vim saber depois disso que os seus discos, já vinham dos anos setenta e oitenta.
E uma canção, Hello in There, uma belíssima elegia sobre a velhice na América, ( e em todo o lado) fazia parte do disco Diamonds and rust, de 1975, de Joan Baez, uma obra prima. 
E Grandpa was a carpenter, é outro grande tema da country, com inúmeras versões. E illegal smile, também.

 John Prine tem um estilo inconfundível. Até Norah Jones, o sabe...



Jerry Reed


Jerry Reed morreu em 31 de Agosto passado. Entre os músicos da country music, nem é dos mais conhecidos ou de reputação mais mítica, como um Doc Watson, um Chet Atkins ou mesmo um Artie Traum, também falecido num destes últimos meses. Embora seja autor de uma das mais belas canções country, provavelmente uma das que me fez aproximar dessa música, na voz de Johnny Cash: A thing called love.

Porém, Jerry Reed tem uma maneira de pegar na guitarra acústica que encanta nos sons que dela retira, em finger-picking.
A sua versão de City of New Orleans de Arlo Guthrie, ( uma das melodias mais cativantes da country music e um dos ambientes mais castiços da América das grandes planícies e dos combóios) é de se lhe tirar o chapéu, Stetson.
Os seus duetos com Chet Atkins, também.
A primeira vez que dele ouvi falar, foi na escrita de um artigo na Rock & Folk, de Maio de 1977, da qual retirei a foto junta- de um tipo displicente, numa cadeira de baloiço, com uma guitarra a tiracolo.
O You Tube, um maná para estas coisas e que não existia na época, permite agora conhecer o modo de tocar, de Jerry Reed.

A thing called love