domingo, 26 de outubro de 2008

Johnny Cash

A Flama, revista semanal de actualidades, era uma das mais visíveis nos quiosques dos anos sessenta e setenta.
Em Maio de 1970, por qualquer motivo, comprei o primeiro número, com capa em close up de uma princesa, Ana de Inglaterra.
Nas páginas do meio, uma reportagem sobre uma cantora francesa, Sylvie Vartan, que "refazia a beleza", depois de um acidente de carro. E fazia-o em Nova Iorque.
Numa das imagens, da revista, aparece com um disco sobraçado, com uma capa em que aparece a figura de Johnny Cash, num disco que não conseguia determinar na altura, mas sempre me impressionou pelo aspecto.
Durante muito tempo, procurei saber algo sobre esse disco, que contém, por exemplo, If i were a carpenter.
A Rede, permite hoje o que há uns anos, seria tarefa de arquivista arqueólogo. Na loja da ebay, apanham-se estas coisas desaparecidas de circulação e isso é uma maravilha para quem as julgava perdidas para sempre.

O disco cuja capa se apresenta, aparece em crónica, na revista Rock & Folk de Maio de 1970 e chama-se Hello, I´m Johnny Cash.
Nessa altura, provavelmente já teria ouvido o Folsom Prison Blues, saído em 1968, no álbum do mesmo nome e provavelmente A boy named sue, saído no ano seguinte, no álbum At S. Quentin, para além de antigas como I Walk the line.

Em 1970, Johnny Cash, encontrava-se no pico da fama, sendo alvo de atenção geral dos apreciadores de música popular, pelo que em Portugal, também se ouvia.

Em Outubro de 1971, o jornal de música Disco, música e moda, para inaugurar a sua primeira edição a cores, colocava Johnny Cash, na capa, incluindo um poster, como era moda na época.

Porém, a figura da capa segurada pela Sylvie, era apenas a contra-capa. Como se vê, pela imagem tirada da rede.
























1 comentário:

Paulo Coelho disse...

Isto já está a ficar cheio mas mesmo assim gostaria de deixar uma achega.Tenho 53 anos fiz rádio no liceu que terminei em 1974.Gravava em casa os temas que me agradavam num Philips de bobines de 18cm com microfone pois a velha "banana" do caixote" Philips mono mas com bons graves não dava com a ficha DIN do gravador.
Praticamente só ouvi até 74 e só com J.M.Nunes com quem falei uma ou duas vezes por telefone.Primeiro o programa era só das 19h.30 às 20h.30(só depois passou a hora e meia) e especialmente às quintas-feiras o dia da progressive era de culto.E alguém se lembra de um álbum prometido para a quinta seguinte e que não voltou a ser passado de um nativo das Bahamas que dava pelo nome de Exuma the Obeah Man e dos Emerson,Lake & Palmer, Ruth Copeland,Family,Beggar's Opera, Mcdonald & Giles,Cactus,Gracious,Colosseum,Groundhogs,Hard Meat e Curved Air(de quem tenho algum vinyl e cujo primeiro álbum também passado na P.1 "Air Conditioning" (que
era de vinyl colorido) que não foi editado cá e que estou à espera há 35 anos por troca com um dos Warhorse que não gostei e que um amigo meu comprou perdido
numa discoteca da Av. de Roma e tantos outros que nas minhas bobines não ficaram para a posteridade pois já se desmagnetizaram na poeira e humidade da minha arrecadação, mas que ficaram na minha memória.
Lembro-me ainda de em 71 ou 72 num fim de tarde de Verão entrar com um amigo no Vává de esplanada vazia e na qual só estavam numa mesa um dos nossos maiores cantores e um dos nossos grandes locutores e que me olharam de soslaio ao verem debaixo do braço dum puto de 15 anos como eu anos o álbum "In the Wake of Poseidon" dos King Crimson(sempre gostei de bons executantes) e de Pawn Hearts dos Van der Graaf Generator.
Termino com uma frase de Ana Bola há um ano num programa da RTP2:
- A década de 70 foi fantástica mas não vai voltar a acontecer.
Eu também penso que não e a Página 1 também não, é pena.

P.S.-Fartei-me de esperar pela troca e comprei em CD o "Air Conditioning" dos Curved Air. na Fnac.

Bem hajam bom blog.

Paulo Coelhopfmcpfmc