domingo, 10 de maio de 2009

Jethro Tull

Jornal Disco ( dirigido então por um certo A. de Carvalho que será Ruben de Carvalho) de 1.10. 1971

No início dos anos setenta comecei a ouvir falar dos Jethro Tull. Em data incerta de meados dos anos setenta a música dos Jethro Tull entrou em casa pelo som da flauta num tema de Bach. Bourrée. O tema já tinha sido ouvido noutras sonoridades, mas a flauta de Ian Anderson despertava uma atenção particular porque vinha acompanhada pela sonoridade esquisita do LP Aqualung, o mesmo que contém Locomotive Breath e Wondrin aloud, separados por três faixas.

Em finais de 1974, pelo Natal, no rádio de então, ouvia-se o LP War Child e temas como Bungle in the Jungle e principalpente Skating away on a thin ice.

Em finais de 1975 o disco seguinte, Minstrell in the Gallery de grande relevo acústico passou a ser ouvido em programas seleccionados do rádio que passavam discos inteiros que permitiam a gravação de interessados.

Os temas de Minstrell tornaram-se dos mais estimados de ouvir no rádio, por causa das melodias e sonoridades acústicas que o tornam um dos melhores disco de 1975.

Requiem, por exemplo, ou a sequência Baker Street Muse, ou ainda One White duck on the wall, são temas da mais elevada mestria na música popular que me agrada. Crash- Barrier waltzer idem, com esta passagem: “I have no time for Time magazine or Rolling Stone” que mencionava duas revistas que já apreciava.





















Rock & Folk de Outubro de 1975 e de Junho 1976


Durante o ano de 1976, esse disco foi dos mais escutados e apreciados, continuando hoje em dia como um dos meus discos de referência da música popular.

Por isso, em meados desse ano, ao sair o sucessor de Minstrel, a expectativa era grande e ao ouvir pela primeira vez Too old to rock n´roll too young to die, lendo a crítica na Rock & Folk, manteve-se a promessa, embora esbatida pela superior qualidade daquele.

O disco não está ao mesmo nível que o anterior e apenas o continua numa ou noutra composição ( Crazed institution, From a dead beat, Pied piper, to an old greaser ou o título tema, por exemplo). Ou mesmo o tema final que lembra o Mistrell.

Nesse ano de 1976, passou também no rádio o que havia no catálogo anterior de Jethro Tull: Aqualung mas também o grande Thick as a Brick, uma obra temática e cujo LP original inventava uma história, apresentada num exemplar de jornal, desdobrável e em tudo idêntico a um jornal convencional.

E também passaram A Passion Play e um tema disperso saído em separado dos LP`s: a pequena maravilha musical que é Life is a long song, de 1972. O LP Living in the past, também de 1972, era um apanhado dos melhores temas do grupo até então, desde os tempos dos primeiros discos, influenciados pelo blues até aos mais recentes, com fragrâncias sonoras acústicas.

Em 1976 gravei um tema de A Passion Play que anotei como “A passion play... ad(n)y date”. Descobri hoje mesmo, ao ler um livreto da caixa que comemorou os 25 anos de Jethro Tull, em Maio 1993 que o tema afinal era de um single- A passion play Edit #8. Como deveria ter sido óbvio, o tema do disco A Passion Play, reduzido ao formato de single.


A seguir ao disco de 1976, os seguintes merecem atenção, como é o caso de Heavy Horses ou Songs from the Wood. Mas não são a mesma coisa que os anteriores. E por isso fica por aqui a história de Jethro Tull no que me diz respeito.