segunda-feira, 31 de maio de 2010

Crosby Stills Nash & Young- Déja Vu

Este Lp fotografado saiu em 14.3.1970, nos EUA. Os Crosby Stills Nash & Young, lançaram Déja Vu depois de já terem alcançado notoriedade com o primeiro Lp e em trabalhos dos membros do grupo noutras bandas, como os Buffalo Springfield ou mesmo os Byrds.

Déja Vu, em 1970, valia pelo virtuosismo vocal e instrumental dos músicos e para mim valia pela canção Teach Your Children, cuja toada nunca me cansei de ouvir, sendo uma das músicas que me levou a tentar aprender a tocar guitarra acústica.
No entanto, o som característico dessa música é a pedal steel guitar que aqui é tocada por Jerry Garcia, dos Grateful Dead, segundo se conta em estreia porque o instrumento country por excelência seria novidade para o músico. Diga-se por isso mesmo que o acompanhamento é primoroso de sobriedade e categoria e foi exactamente esse som, nesta canção que me chamou a atenção para o country rock.
Para além disso, o LP original ( na foto) tem um acabamento gráfico excepcional. A capa é rugosa no cartão prensado ( ampliar com um clique para perceber) e a foto é colada, sendo a letra decorada em tom dourado que torna o objecto um verdadeiro álbum.
Uma das capas mais belas da música popular.

domingo, 30 de maio de 2010

Before the flood- Bob Dylan


Este disco ao vivo de Bob Dylan saiu em Junho de 1974 e provavelmente chegou cá a Portugal, dois ou três meses depois. Lembro-me de o ouvir na Página Um da Rádio Renascença e com essa audição, retomei o interesse em ouvir Bob Dylan, cujas canções antigas tinham já ficado para trás no tempo, com um intervalo para Knocking on Heavens ´s door e George Jackson, singles dos anos anteriores.
O disco seguinte, Blood on the tracks, saído em Janeiro de 1975, foi ouvido ( com a canção Idiot wind) pela primeira vez na mesma Página Um, em 18.2.1975, num serviço de correspondência musical com algum residente em Londres que enviava para cá os discos novos.

Com Before the Flood, as antigas canções como Like a Rolling Stone, Blowin in the wind ( que se lhe segue no disco) e Don´t think twice it´s allright ganharam novo fôlego e durante muitos anos lembrei-me desse som que ouvira no rádio, incluindo alguns temas pelo grupo The Band ( Up on cripple creek tem aí uma das melhores versões e que é referência para mim, na clareza de instrumentação) que acompanhou Dylan nessa tournée americana, muito falada na época, como atestam as reportagens das revistas estrangeiras da especialidade ( Rolling Stone e Rock & Folk, por exemplo e na imagem).

O som do LP, de prensagem americana, original, naturalmente restitui toda a magia do som de época, suplantando em muito o som algo abafado do cd duplo que saiu em 1990. Apesar de ter saído uma edição rematrizada, recentemente, ainda não ouvi e por isso fico-me com o som do LP como referência.


segunda-feira, 24 de maio de 2010

José Fortes


Este conjunto de discos de música popular portuguesa, o que têm em comum?

A figura de José Fortes, a sua sensibilidade de técnico de som e a sua perícia na arte de misturar as sonoridades para a gravação. José Fortes é um dos técnicos de som que aparece em quase todos os discos de música popular portuguesa, particularmente nos retratados acima.

Em 2006, a propósito da reedição de um disco da Banda do Casaco, Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos, ( na imagem, em tom amarelo de ovos estrelados) LP original de 1977, cuja gravação master, original, desapareceu, José Fortes, dedicou-se à recuperação do som do LP, para regravação em formato digital, o que aconteceu em Outubro desse ano e com uma nota de José Fortes a dizer assim:

"Quem decide deixa desaparecer o original.
Quem aprecia recupera-o dos escombros.
Podemos continuar a ouvir a Banda do Casaco."


Imagem da revista Única do Expresso de 22.5.2010. Clicar para ler

sábado, 8 de maio de 2010

40 anos a deixar rolar os Beatles

Faz hoje 4o anos que o LP Let it be dos Beatles foi lançado.

Em Maio de 1970, a música dos Beatles, para mim, ainda era novidade na sua maior parte. E continuaria a ser uma vez que a audição dos LP´s era coisa de discoteca, de passagem e no rádio só passavam singles. Por isso mesmo, só muito mais tarde ouvi alguns dos temas de Let it be que me deixaram surpreendido, como por exemplo Two of us, o tema de abertura e como já contei por aqui.

Não sei exactamente quando saiu o LP por cá e quando ouvi as suas músicas pela primeira vez, mas julgo que teria sido alguns meses depois do lançamento em Inglaterra, porque assim costumava ser.
Por isso, em Agosto de 1970, a revista Mundo da Canção mostrava a capa do LP em tonalidade bi-cromática de amarelo e azul celeste e no interior as letras de The long and winding road e Two of us, precisamente.
No entanto, o tema já era redundante, nessa altura, porque os Beatles eram apenas mais um grupo na explosão da música popular de expressão anglo-americana. Havia outras coisas para ouvir, incluindo a pop mais comercial dos Christie ( Yellow River) ou de Michel Delpech ( Wight is Wight), Shocking Blue ( Venus) ou mesmo Marmalade ( Reflections of my life), para além do rock dos Led Zeppelin e o disco II que continha o incontornável Whole Lotta Love, saído em finais do ano anterior e nessa altura de Maio já a estourar nos rádios em onda média. E também os Crosby Stills Nash & Young, cujo tema Teach Your Children do Lp Déjà Vu, saiu na mesma altura. Ou Cecilia, dos Simon & Garfunkel de Bridge Over Troubled Water.
O mais provavel seria o tema da Eurovisão, All kinds of Everything, de Dana. Muito bonito, por sinal.

Quando Let it Be chegou por cá, apareceu também em versão de luxo- uma caixa preta com as fotos dos membros do grupo e sem dizeres na parte da frente. Lembro-me de ver essa caixa e o livro que a acompanhava que era de luxo e que nunca vi. Mas como quem não tem cão, caça com gato, há imagens na Rede, do precioso artefacto que custa actualmente uma pequena fortuna de algumas centenas de euros, em alguns casos.

Recordo ainda a discussão entre amigos, na altura, sobre a tradução do tema, Let it be. Ainda hoje não sei exactamente qual a mais acertada. Por isso, deixa rolar.