domingo, 27 de novembro de 2011

O mundo fascinante dos....catálogos

No início dos anos setenta dei conta de que havia mais livros nas livrarias do que aqueles que poderia ler e muito menos comprar, embora muitos me fascinassem pelo aspecto gráfico e pelo conteúdo que prometiam. As montras das livrarias de Braga ( a Livraria Cruz e uma outra na rua do Souto) eram um fascínio para mim.
Como não podia ter muitos livros arranjei um sucedâneo: ter os catálogos das livrarias para verificar o que havia e me interessava. Por isso mesmo comecei a escrever às lvrarias conhecidas de então e pedia-lhes para me enviarem catálogos. E a maioria não se fez rogada e lá foi mandando, ao longo dos anos.
A Europa-América e a Bertrand eram relógios suíços a publicar catálogos e lá os fui coleccionando. A Bertrand, além dos catálogos, enviava aquilo que hoje em dia se chama newsletter- folhetos mensais ou trimestrais com as novidades a assinalar. Alguns desses exemplares de início dos anos setenta aí ficam na imagem.
Julgo que o primeiro catálogo que pedi foi à União Gráfica (segunda imagem à direita, com cor verde alface e preto) que pertencia ao grupo da Renascença, ou seja ao Apostolado. E o da editorial Aster, na imagem acima foi obtido em Junho de 1969. Tinha então 12 anos. Um dos livros da Aster que me interessavam, vá-se lá saber porquê ( e que nunca tive, aliás) era Paideia de Werner Jaeger, um helenista que provavelmente era ensinado na Universidade portuguesa. Ainda será?

sábado, 26 de novembro de 2011

1970


Em 1970 a Flama publicou uma série de "cromos" com fotos de grupos de música popular. Uma delas fica acima, com os Pop Five Music Incorporated, um dos mais progressivos conjuntos musicais da época, cujo principal mentor, Miguel Graça Moura compôs o Page One que dava o indicativo do programa Página Um, na R.R.

Abaixo, uma imagem do Diário Popular de 6.11.1970, com o hit parade de então, em várias capitais europeias. Destaque para os Tremeloes, com Me and my life, Song of Joy de Waldo de los Rios e Wild World, de Cat Stevens, na versão de Jimmy Cliff. Eram músicas que me lembro bem de ouvir.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mais imagens de 1971

Este pequeno apanhado de imprensa e referências do tempo, no início dos anos setenta ( o desenho é de 1971) resumia o interesse que me despertavam os jornais e acontecimentos mundiais da época, particularmente na sociedade norte-americana.
O caso de George Jackson tinha importância na época porque foi cantado num single de Bob Dylan publicado nesse ano e que ouvi regularmente na casa do meu amigo Zé Gomes. Foi por esse disco que de algum modo comecei a despertar interesse na música de Dylan que até então não conhecia a não ser um Blowin in the wind que até fora adaptado para música de igreja ( tal como algumas de Paul Simon). O caso Ângela Davies inseria-se no mesmo contexto social das lutas pelos direitos cívicos nos EUA e que aqui eram noticiadas por jornais como o Diário Popular de onde foram copiadas as caricaturas de algumas figuras que aparecem no desenho e que são originalmente da autoria de José Lemos, um desenhador de jornal injustamente esquecido.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Diário Popular 15.1.1971


Esta imagem com caricaturas de músicos pop foi publicada no Diário Popular de 15.1.1971. Foi nessa altura que comecei a descobrir a música popular de expressão anglo-americana e os nomes dos músicos caricaturados tornaram-se uma charada que fui descobrindo aos poucos.
Faltava um ou outro. Por exemplo, John Peel, um apresentador da Radio One e que só descobri em 1975, passando a ouvir o Top Gear em onda curta. É um dos que não foi devidamente assinalado.

sábado, 12 de novembro de 2011

Discos de 1975


Em Setembro de 1975 a revista Rock & Folk publicou este anúncio na contra-capa. Era do novo disco dos Pink Floyd, Wish you Were Here, um disco que marcou esse fim de ano e que ouvi muitas vezes no rádio, ao ponto de tentar tocar a canção-tema, que me oferecia dificuldades por causa da vocalização muito própria de David Gilmour. Saiu recentemente o cd rematrizado e que contém uma versão alternativa dessa canção. A original cheguei a gravá-la em 1977, depois de ter passado alguns meses a criar calos nos dedos por causa das cordas metálicas da vila acústica que tinha comprado meses antes, em Outubro de 1976.
No Outono-Inverno daquel ano de 1975, a música que ouvia com interesse, era essencialmente esta que ainda ouço hoje, gravando-a para ouvir em viagem, etc.:

O disco de Frank Zappa, One Size fits all era e é uma pequena maravilha que Fernando Balsinha ou Jaime Lopes passavam no rádio, à noite no Espaço 3P. Ou nos programas Boa noite em FM; Banda Sonora; Perspectiva e em Órbita.

O disco de Roy Harper, HQ foi passado pela primeira vez por Jaime Fernandes que afeiçoava particularmente este tipo de música para gáudio de quem gostava, como eu. Além de HQ passou os restantes discos de Roy Harper e em 1977 até contribuiu para a sua vinda a Portugal por causa das vendas do disco Bullinamingvase, outro portento.
O disco dos Jethro Tull, Minstrel in the gallery, era para mim, na altura , um hino, uma maravilha que me soava constantemente nos ouvidos. Por causa desse disco e do que se seguiu, Too old for rock n´roll too young to die, passei uma viagem de combóio do Porto a Coimbra a conversar com uns italianos que também gostavam da música dos Jethro Tull e tinham visto uns dias antes um grupo funky, na Bélgica ou Holanda e contaram uma anedota que aqui não se pode reproduzir.
Venus and Mars dos Wings foi um disco que me cativou porque todas as faixas, quase sem excepção, são interessantes e incitam à escuta. Ainda hoje. É um disco fantástico de Paul McCartney.
O disco de Neil Young, Tonight´s the night é um dos melhores do músico canadiano e tem várias faixas de antologia que ao longo dos anos foram sempre ouvidas como se da primeira vez.

A par desses discos afeiçoados, nos respectivos programas de rádio passavam ainda os Armageddon, Camel e o LP Snow Goose, muito interessante e sem dúvida um dos discos dessa altura; Ritchie Blackmore e os Rainbow; King Crimson e Lark´s Tongue in aspic; Lindisfarne ao vivo; Magna Carta e Lord of the ages e muitos mais.

domingo, 6 de novembro de 2011

Porsche 911S Targa 1972-73


Estas imagens são da mesma época- 1972 e 1973. A primeira saiu de uma revista alemã de carros- Auto Motor und Sport- que se vendia por cá e um amigo de escola de então, o Vladimiro, comprava, recortando as imagens e colocando-as em álbuns manufacturados. O que sobrava cedia e esta fiquei com ela por causa do modelo do carro, um Porsche 911S Targa que então era o must nos carros desportivos que se poderiam ver a circular. Tinha linhas elegantes e bem desenhadas e ainda hoje é um carro digno desse nome.
No Natal de 1973 a revista Tintin publicou uma historieta de Bruno Brazil, com imagens bem desenhadas desse carro, até na cor.
A imagem de baixo respeita ao modelo Carrera, branco e uma beleza estética. E por causa desses estímulos estéticos e visuais, em 1974 passei algum tempo a tentar transpor para desenho essas sensações mecânicas...inacabadas.