quinta-feira, 31 de julho de 2014

O Verão de 1974 e a banda desenhada-continuação

No Verão de 1974 apareceu ainda a revista Pilote em formato mensal, cuja história já aqui foi contada.
Ficam agora as fotos melhores das capas dos três primeiros números que foram uma descoberta de novos autores, sempre alternativos ao autor -Gir-  que procurava encontrar em cada número e ainda não sabia que já andava a preparar uma novidade que surgiria no ano seguinte.
Antes disso, depois de ter lido as historietas do "recueil nº 65" aparece na mesma Bertrand este número, com um preço bem caro para a época: 45$00 quando o anterior número da série precedente custara 27$50. Mesmo assim, o desenho da capa era irresistível e já se via numa das pedras da calçada uma figura de Moebius, precisamente a que está sob o pincel do artista fotografado.


No nº2 de Julho de 1974 aparecia esta dupla página de crítica desenhada a livros de ficção científica inconfundível nos traços de Gir/Moebius. 


No mesmo número uma historieta a preto e branco mostrava os desenhos impecáveis de Luís Garcia, em ambiente político de esquerda sul-americana.




domingo, 27 de julho de 2014

O Verão de 1974 e a banda desenhada

No início do Verão de 1974, no final  de Junho, fui a Lisboa, de combóio com um amigo que lá tinha o pai, na tropa e a namorada, em Almada.

No dia 21 de Junho, à noite, fui ao cinema, no Éden.


Um dos locais que visitei em Lisboa foi a livraria Bertrand, no Chiado e que tinha quase o mesmo aspecto que hoje, com as várias galerias de livros e expositores muito parecidos aos que hoje existem.
Na galeria do fundo, ficava a secção de Banda Desenhada que em 1974 era de autêntico boom editorial, com álbuns e revistas estrangeiras, particularmente de expressão francesa.

Nessa altura, a revista Pilote que se publicava em França e que tinha visto por cá, à venda, no início do ano, tendo comprado alguns números que a mesma Bertrand distribuia, não se vendia porque estava prestes a acabar na sua edição semanal, o que eu ainda não sabia e que nos meses seguintes foi uma autêntica surpresa, marcante nesse ano de 1974 ao ver no escaparate da mesma Livraria a primeira edição mensal da revista.   

Na Bertrand de  Lisboa, porém, tal como noutras localidades como vim depois a descobrir,  havia alguns álbuns de recolha de números anteriores, de 1973 e até antes, que me despertaram a atenção, tendo escolhido este ( que custou 115$50 em 25 de Junho de 1974)  como primeira compra por causa das histórias que trazia e nunca vira. Duas delas foram determinantes. 





A historieta de Giraud, já em estilo Moebius, chamada La déviation


E a historieta desenhada por Tardi, Adieu Brindavoine.  Depois disto nada seria como dantes, para mim,  na banda desenhada, porque surgiu um período de grande criatividade, espelhado em revistas que viriam a surgir , para grande deleite e proveito intelectual.
Uma autêntica "idade de ouro" da banda desenhada de expressão francesa que continuava o anterior período de grande expansão das historietas desenhadas para a juventude, com os tintins, astérix e lucky luke transformados em heróis de outros níveis e mundos.